Os jovens talentos que aprenderam a acelerar desde cedo
Ainda tão jovens, eles deram um passo importante em suas vidas. Dezenas de meninos e meninas ingressaram no mundo das pistas e passaram a assumir atitudes de gente grande. Atributos como disciplina, concentração e resiliência – características indispensáveis para a carreira de um atleta – entraram no cotidiano desta garotada que ainda se divide entre os bancos escolares e os brinquedos.
Neste feriado de Nossa Senhora Aparecida – padroeira do Brasil – e também a data em que se comemora o Dia das Crianças, o SuperBike Brasil faz sua homenagem aos pequenos e reitera seu compromisso na formação de novos talentos para o futuro da motovelocidade nacional, assim como no desenvolvimento de pessoas íntegras e preparadas para encarar as dificuldades da vida.
O campeonato aposta na formação de jovens talentos e tem feito a sua parte para isso. Atualmente, cerca de 40 pilotos com idade inferior a 18 anos participam do SuperBike Brasil. A competição mantém, pelo quarto ano consecutivo, uma categoria-escola como porta de entrada no esporte e nesta temporada fez um esforço adicional para atrair equipes de formação.
E é na Honda Junior Cup onde podem estar as maiores promessas do esporte no país. Com apoio da marca japonesa, a categoria mantém uma média de 15 pilotos – de diferentes regiões e com idades entre oito a 16 anos – em cada etapa. Alguns deles mal conseguem alcançar os pés no chão quando estão sobre as motos, como o paranaense Mario Salles (#42), de apenas oito anos, e necessitam de ajuda durante as largadas. Já quando estão acelerando nas pistas, reproduzem as lições aprendidas nos boxes, tanto na parte técnica como no desenvolvimento de habilidades interpessoais.
O instrutor Dagoberto Filho tem a missão de lapidar estes jovens talentos para que eles se tornem adultos responsáveis e pilotos habilidosos. Em seu segundo ano consecutivo no cargo, Dagoberto vê com grande satisfação a possibilidade de ensinar estes garotos e garotas e destaca a importância da categoria para o futuro do esporte no país.
“A Honda Junior Cup é fundamental para a formação de novos pilotos, visto que é única categoria-escola no Brasil. E os aprendizados vão muito além da pilotagem em si. Eu me sinto orgulhoso em participar deste projeto, poder passar um pouco de conhecimento a todos os pilotos e saber que de alguma forma contribui para a formação deles”, ressalta o instrutor.
E este resultado já pode ser mensurado. Neste ano, alguns talentos formados pela Junior Cup avançaram de categoria e um deles, inclusive, foi competir no exterior. Renzo Ferreira é um dos principais destaques. O garoto participou da categoria-escola na temporada 2014, passou pela Honda CBR 500R em 2015 e neste ano disputou o MotoAmerica, campeonato norte-americano de motovelocidade. Outros talentos seguiram desenvolvendo suas carreiras dentro do SuperBike Brasil. Humberto Turquinho Jr (#12), da equipe Fastkids, deixou a Junior Cup e passou a competir pela Yamaha R3 Cup. Rafael Rigueiro (#52), da MotoSchool Racing Team, e Maria Fernanda Rocha (#22), da Fullmann SuperBike, partiram para novos horizontes na CBR 500R. Já Enzo Valentim Garcia (#29), da Estrela Gallicia 0,0 by Alex Barros, seguiu para a SuperStreet.
Para o piloto e coordenador da Honda Junior Cup, Leonardo Tamburro, o desenvolvimento da categoria é vital para o futuro da motovelocidade no país.
“Antes da Junior Cup não se tinha nenhum tipo de incentivo ou formato parecido no Brasil dedicado às crianças e jovens. Acho que isso era uma coisa que a gente pecava muito. Lá fora, desde os quatro ou cinco anos elas já estão andando, mesmo que sejam em minimotos em kartódromos. Mas já estão adquirindo experiência e formando uma base”, ressalta Tamburro.
E essa formação não é unicamente para as pistas. O coordenador comenta que, com o treinamento, os meninos e meninas passam a desenvolver também atributos importantes como concentração e disciplina. O resultado dessa equação é positivo e se reflete diretamente na educação destas jovens promessas.
“Normalmente eles melhoram na escola depois que começam na Junior Cup. Aprendem a lidar com o medo e vão se acostumando a enfrentar situações novas na vida”, adiciona o coordenador.
Mas a presença da garotada no SuperBike Brasil não se resume exclusivamente à Honda Junior Cup. Nesta temporada duas equipes reforçaram o campeonato com seus jovens talentos. O ex-piloto Alex Barros trouxe sua equipe de base, a Estrela Gallicia 0,0 by Alex Barros, para a competição e mantém quatro garotos na SuperStreet, entre eles Diogo Moreira (#20) e Guilherme Brito (#19). Já o time da Yamaha Playstation vem fazendo bonito com os irmãos Kawakami – Eliton (#27) e Meikon (#83) – na mesma categoria. E o talento desta família de origem oriental atravessou o oceano e gravou seu nome na Europa. Meikon faturou, recentemente, o título da Moriwaki 250 Junior Cup.
Cada vez mais apostando na formação de jovens talentos, o SuperBike Brasil espera cumprir o seu papel para com o futuro do esporte e quem sabe seja o berço de um novo representante do país em campeonatos mundiais.
Homenagem do SuperBike Brasil ao Dia das Crianças para nossos jovens pilotos e para toda a garotada que nos acompanha: