O primeiro diagnóstico de diabetes, há mais de 20 anos, proibia Cris Nogueira (#26) de praticar esportes individuais. Mas, a paixão pelas atividades físicas, principalmente as radicais, fez o piloto da Motoschool Racing Team persistir, trocar o tratamento médico e ser, hoje, um dos principais nomes da 6ª etapa do SuperBike Brasil, que será realizada em Goiânia no próximo domingo (16).
Quando recebeu a notícia, veio a depressão e o impedimento de surfar, uma de suas ocupações favoritas aos 23 anos. Duas décadas depois, o piloto que compete na SuperBike Master, e esteve em três dos seis pódios da temporada, atualmente convive com a doença crônica em cima da moto e pratica snowboard uma vez por ano, alimentando o vício por adrenalina.
“Para mim, foi um baque. Imagine uma pessoa de 23 anos, extremamente ativa, praticando uma série de esportes. Então o médico disse: ‘Olha, esta doença não tem cura, você vai depender de insulina o resto de sua vida e não vai poder fazer as atividades que faz hoje, pelo risco que corre’. Eu surfava, o médico falou que eu não poderia mais surfar, porque, caso tivesse alguma crise, ninguém poderia me socorrer”, conta.
A história de superação começa quando Nogueira encontrou na motovelocidade motivos para cuidar da saúde. Para participar do maior campeonato de motovelocidade das Américas, fez uma bateria de exames e descobriu que não estava fazendo o melhor tratamento. Ajustes necessários feitos, aceleração máxima e adrenalina nas pistas.
“O motociclismo e o campeonato me trouxeram a consciência de que eu tenho que cuidar da minha saúde. Então, quando fui me inscrever, descobri que o tratamento não era o mais eficaz, e colocava minha vida em risco. Daí procurei profissionais gabaritados e mudei totalmente. Venho com tratamento novo há dois anos, o que me permite praticar um esporte de rendimento sem nenhuma complicação. Por outro lado, mudei a alimentação, o ritmo de atividades físicas. Então só me beneficiou. Quando você tem uma paixão que depende de um preparo físico, você acaba tendo foco”, explica.
O administrador, graduado, está no mercado de trabalho há 20 anos e corre com os recursos financeiros que a profissão lhe dá. Na primeira temporada com uma 1000cc, Cris Nogueira se adapta à nova máquina, e projeta mais um pódio na etapa de Goiânia.
“É uma temporada de aprendizado. Sair de uma 600cc depois de três, quatro anos e pular para uma 1000cc, requer algumas mudanças, adaptações no estilo de pilotagem, de condução da moto. As referências mudam. O que é legal é que tenho evoluído um segundo por etapa, praticamente. E Goiânia é um autódromo que eu adoro andar, é um dos melhores em termos de pista, de traçado, de clima. É um pouco quente, mas gosto disso. E seguro também. Então, espero fazer uma boa corrida. Se eu estiver pontuando entre os três primeiros vai ser muito bom”, conclui.
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