Rodrigo Dazzi (#146) pode comemorar: é oficialmente campeão brasileiro da SuperBike Extreme. Ao conquistar a façanha, a duas etapas do fim da temporada, o piloto da Zitto MotorSport repetiu os dois primeiros anos (2016 e 2017) em que participou do SBK Brasil e foi também o grande vencedor – as duas vezes anteriores na SuperBike Light.
Aos 32 anos, Dazzi é natural de Jaguaré (ES) e tem realidade diferente da maioria dos participantes do maior campeonato de motovelocidade das Américas. Aos poucos, ele foi desenvolvendo a carreira sobre duas rodas para deixar a produção familiar de café de lado e “respirar” motociclismo.
“Foi uma surpresa muito boa (o título). Até mesmo porque, no início do ano, com a mudança de categoria, eu achei que não ia ganhar nenhuma corrida. Cheguei a falar com os patrocinadores, com amigos que 2018 seria um ano de aprendizado, por eu estar em uma categoria acima, de nível muito mais elevado. Foi uma surpresa muito boa, a gente não esperava mesmo”, conta.
O #146 ainda vive na roça com a família, na propriedade onde plantam café, mas passou a ter outra fonte de renda após os resultados positivos na motovelocidade: atualmente, vende proteção veicular, faz transporte de motos para autódromos, dá curso de pilotagem e participa de eventos e ações sociais principalmente com a Ello, seu maior patrocinador.
Até por isso, o piloto, que carrega sua própria moto e dirige a noite toda para participar das etapas do SBK, pretende permanecer na Extreme para se estruturar melhor e não perder a competitividade na hora de migrar de categoria.
“Projeção é continuar na Extreme e buscar mais patrocinadores para correr em uma condição melhor. Sou eu quem levo a minha moto, dirijo a noite toda, só tenho um par de pneus novo para domingo, então a sexta e o sábado são com pneus usados”, diz.
“A gente espera que 2019 seja um ano mais tranquilo em relação aos custos. Em relação à moto também, que é muito boa, mas um pouco abaixo em comparação com as outras do grid e torna mais difícil ser competitivo. A diferença que a gente perde no equipamento, a gente tem que tirar no braço. E subir (de categoria) para andar lá atrás não é interessante”, acrescenta.
Rodrigo Dazzi, que venceu seis das oito corridas do ano na categoria – ficou em segundo lugar quando não foi o mais rápido -, atingiu os 191 pontos na tabela geral da SuperBike Extreme e não pode mais ser alcançado por Jeferson Friche (#6), que tem 109 e é o segundo.
Os resultados, à medida em que foram aparecendo, fez ele mudar de postura nas pistas.
“Quando eu comecei a correr, era muito mais paixão, lazer e diversão do que responsabilidade. A partir de meados de 2016, quando eu comecei a liderar o campeonato, se tornou responsabilidade, e eu encarei com muita seriedade”, finaliza.
Pilotos e equipes voltam às pistas na 7ª etapa da temporada, que será realizada em Londrina (PR), no dia 11 de novembro.