Octavio Sereno teve contato com o SuperBike Brasil em 2013. E depois não largou mais. Hoje, aos 68 anos, ele já não entra mais nas pistas para competir, mas faz um trabalho árduo nos autódromos que recebem o maior campeonato de motovelocidade das Américas: o de comandar a Moretti Racing Team, equipe do Rio de Janeiro.
Ciente da responsabilidade que a função lhe exige, Sereno costuma ser o primeiro a chegar e o último a sair dos autódromos nos finais de semana que têm etapa. Mas isso não parece um problema para ele, apesar da correria e cansaço. “A gente gosta. Sai de lá bastante cansado, mas a gente está fazendo o que gosta. Não podemos nos esquecer disso”.
Aposentado, Octavio Sereno já estuda quais serão as diretrizes da equipe em 2019. Um dos principais pontos de análise é com relação ao número de integrantes, que dobrou em 2018 e chegou a 12 pilotos.
“A gente cresceu demais. Eu nunca imaginei que pudesse crescer tanto, a gente não tinha estrutura para isso. Para contornar os problemas que apareceram, eu e o Haroldo Rocha, que é o chefe dos mecânicos e tem dado muita força, tivemos atuação fundamental. Agora a gente está estudando como é que vai ser em 2019, porque não queremos crescer, pelo contrário. Se for o caso, a gente até vai enxugar um pouco. Quando começou 2018, era coisa de seis pilotos, e a gente dobrou. Fica delicado isso tudo, a gente vai ver, está estudando”, avaliou.
Considerado o piloto mais velho a estrear na motovelocidade brasileira, já que foi para uma pista competir aos 65 anos, Sereno até correu uma prova regional em Londrina neste ano, mas agora parou de vez “porque tem que respeitar a idade”.
Além da função na Moretti, na qual possui ótimo relacionamento com toda a organização do SuperBike Brasil, o aposentado de 68 anos trabalha no mercado financeiro e vive uma rotina regular de atividades com caminhada e ginástica para manter a forma física e a saúde em dia.
“Tanto que nunca me dão, pelo menos por enquanto e espero que continue assim, os quase 70 anos que estou chegando. Chegam a me dar às vezes 52, 53 anos, se bem que aí eu já acho um pouco de exagero para baixo. Mas eu tenho tomado muito cuidado com a saúde, até porque depois dos 60 as coisas começam a mudar”, brincou.
Colecionador de experiências em autódromos, Octavio Sereno conheceu o SBK Brasil em 2013 a partir da amiga Samara Andrade – posteriormente, em 2016, a piloto seria campeã paulista e vice do Brasileiro com a equipe. Outra mulher com papel importante é Márcia Reis (#97), essencial para que a equipe fosse concebida.
Por isso, e por ser o time com mais mulheres no quadro de integrantes – são quatro no total -, a Moretti Racing Team carrega o rótulo de apoiadora da categoria feminina, o que é visto com bons olhos por Sereno.
“Não tem problema (esse tipo de associação). Na última etapa foi interessante que o locutor do campeonato (Alexandre) fez até um comentário sobre essa situação e citou nossa equipe e meu nome”, completou.
O calendário 2019 do SBK já foi definido. Pilotos e equipes retornam às pistas no dia 20 de janeiro para a realização da Copa Pirelli, que habitualmente servem de pré-temporada para os competidores. A primeira etapa do campeonato será no dia 24 de março, em Interlagos.