“Sei que é preciso evoluir bastante”, comenta Samara, vencedora da Copa Ninja 600
A imagem de mulher como sexo frágil está cada vez mais obsoleta. E nas pistas – um terreno ainda com predomínio masculino – elas mostram que podem ser bastante competitivas e deixar os adversários homens para trás. Esse é o caso de Samara Andrade (#74), piloto da equipe Moretti Racing Team.
Após participar de uma única etapa do SuperBike Brasil na temporada de 2015 – a abertura em Goiânia –, a piloto voltou decidida, neste ano, a deixar sua marca na competição. Samara venceu na categoria Copa Kawasaki Ninja 600 as duas corridas da Copa Pirelli, disputadas no Autódromo de Interlagos, e na abertura do SuperBike Brasil repetiu o bom resultado. Ela foi a mais rápida entre os 11 pilotos da categoria, e nos treinos já despontou como líder absoluta. Quase um segundo mais rápida que o adversário mais próximo, Samara fez a pole e manteve a liderança na corrida para mais uma vez receber a bandeira quadriculada em primeiro.
Porém, o principal vilão de Samara, que iniciou sua carreira na motovelocidade em 2013, não são seus adversários e, inclusive, está bem longe das pistas. O objetivo de evoluir no esporte e se tornar campeã da Copa Ninja 600 esbarra na falta de recursos e dificuldades para fechar patrocínios. Entretanto, Samara se mostra feliz com os resultados obtidos e diz que está se dedicando ao máximo para manter os bons resultados. Confira entrevista com a piloto:
Como foi sua preparação para a temporada 2016 do SuperBike Brasil?
“Me preparei durante todo o ano de 2015. Fiz treinamentos em pista condicionados com a disponibilidade dos autódromos e dentro das minhas condições financeiras. E fora delas também. Criei uma rotina diária de treinos de musculação e aeróbicos acompanhados de uma dieta alimentar”.
Como avalia o seu resultado na 1ª etapa em Interlagos?
“Foi um resultado maravilhoso, fruto de muito trabalho. Sei que é preciso evoluir bastante ainda para acompanhar os ponteiros e estou me dedicando ao máximo para que isso aconteça até o final do campeonato”.
Já esperava dominar os treinos e largar na frente?
“Inicialmente não esperava. Todos os pilotos da categoria em que corro possuem nível e qualidade e procurei manter o foco e errar o mínimo possível para alcançar uma boa classificação”.
Encontrou contratempos neste início de temporada?
“O maior contratempo é a falta de recurso, falta de apoio e patrocínio. Isso limita a evolução dentro das pistas”.
Qual sua perspectiva para o ano?
“Espero continuar repetindo o resultado que venho tenho desde o início do ano, e evoluindo a cada corrida, aumentando meu o nível de pilotagem”.
Quando iniciou na motovelocidade?
“Iniciei em 2013 na categoria 250 cilindradas. Foi muito difícil, um mundo totalmente novo para mim”.