Em 2019, o regulamente técnico do SuperBike Brasil passou a ser exatamente igual ao do Mundial de SuperBike em relação a motor para a categoria principal. Este regulamento prevê que toda a preparação do motor é livre, exceto no que diz respeito a pistão, biela, virabrequim e manutenção da cilindrada.
Ou seja, é permitido preparar o cabeçote, trocar o comando, mexer no alternador e no câmbio, mas essas peças, que são as mais caras e geram muito custo, porque aceleram o desgaste do motor e exigem manutenção frequente, devem ser mantidas originais.
Baseado neste regulamento, na 7ª etapa do SBK Brasil, realizada em Goiânia, na qual o piloto Eric Granado (#51) venceu as duas baterias da categoria madrinha, foi protocolado um recurso para que a moto fosse vistoriada.
O regulamento 2019 prevê que as vistorias técnicas sejam feitas dentro de procedimentos muito rigorosos, e sempre por um terceiro. Como já mencionado anteriormente, o SuperBike Brasil firmou uma parceria de prestação de serviço como o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), que é referência como escola de mecânica e centro de análises e estudos para várias empresas.
O Senai é, por exemplo, laboratório oficial homologado pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para a etapa de Fórmula 1 no Brasil para validar a utilização dos combustíveis e lubrificantes nos carros da categoria. Isto comprova a seriedade e a estrutura que o Senai possui.
O SBK Brasil definiu que os testes técnicos sejam por um terceiro para trazer absoluta isenção, transparência e muito mais consistência e qualidade aos processos.
Desta forma, após o recebimento pela secretaria de provas do recurso, dentro do prazo regulamentar de 30 minutos, a moto foi imediatamente confiscada pela vistoria técnica, lacrada e transportada por um veículo, que foi acompanhado por oficiais e comissários de prova até que chegasse diretamente ao Senai.
Na data agendada para a vistoria, com a presença de membros do SuperBike Brasil, oficiais da CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo), da equipe Honda Racing Brasil e da equipe que ingressou com o recurso, o procedimento foi realizado. Vale destacar que todas as etapas da vistoria foram acompanhadas por todos os participantes.
Depois de medidas, pesadas, e conferidas em relação a seu material, confirmou-se que as peças seguem na íntegra a originalidade. Essa confirmação foi, por último, ratificada pelas fichas técnicas enviadas pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) do modelo Honda CBR 1000RR SP2.
Pelo fato de o regulamento ter se mostrado muito sólido e eficiente, a organização do SBK Brasil comemora o sucesso do processo, todo ele acompanhado e respaldado pela CBM, que passou a homologar o evento.
Foto: J Capreti