Primeira mulher a vencer em uma categoria mista, a piloto revela inspiração diferente para superar desafios e se diz feliz com novo apoiadores
Mateus Bezerra,
Especial para o site do SBK*
Com o novo apoio da Kawasaki para a temporada de 2021, Ana Lima coleciona títulos e feitos inéditos dentro do cenário brasileiro de motovelocidade, que ficarão marcados para sempre. Foi a primeira mulher a vencer uma etapa em categoria mista e a primeira a conquistar um título nacional. Em entrevista exclusiva ao portal do SBK, ela contou ser movida a desafio e como sua relação com seu coelho de estimação a ajuda em sua melhor característica: superação.
Natural de Campinas, interior de São Paulo, a mãe da Mari e do Tutu, um orelhudo de 1,3kg, começou na motovelocidade um pouco mais tarde do que tradicionalmente os pilotos o fazem. Aos 24 anos, foi assistir uma corrida do SuperBike em Interlagos, o que despertou uma paixão logo à primeira vista.
“O lance como piloto simplesmente aconteceu, não sonhava ser piloto. Minha primeira moto foi uma KAWASAKI KX 100 2, nos tempos de motocross. Tudo começou aí, quando ia dar uns saltos com os amigos no fim de semana. Um dia me levaram para assistir uma corrida de motovelocidade em Interlagos e me apaixonei na hora”, explica.
Logo em seu ano de estreia, em 2004, mostrou que nasceu para correr nas pistas e fazer história no esporte que hoje tanto ama. Depois de vencer a prova de Curitiba do Campeonato Brasileiro, se tornou a primeira mulher a vencer em uma categoria mista no Brasil. “Eu nem sabia que era a primeira mulher a vencer uma prova em um campeonato nacional. Fui descobrir depois que venci a prova. Foi uma grande e grata surpresa”, reforça.
No ano seguinte, mais um feito que ficará marcado para sempre na história da motovelocidade. A campineira conquistou nada mais nada menos que o título da categoria 125cc, do Campeonato Brasileiro, também se tornando a primeira mulher a realizar tal feito. Porém, Ana é movida a novos desafios. Não se acomodou com suas conquistas e buscou novos obstáculos para superar. “Quando acabou o campeonato questionei qual era o próximo desafio. Então defini que iria subir de categoria e fui para a 250cc, vencendo logo de cara a primeira corrida do campeonato”, relembra.
A inspiração
Quando está nas pistas, fica fácil enxergar que se trata de uma atleta com muito foco e determinação. Mas o que nem todos sabem que existe uma fonte de inspiração que ajuda Ana a ter forças para superar seus desafios.
“Tutu é o amorzinho da minha vida. É o centrinho do universo. Ele e minha filha me fazem acordar todos os dias, ser uma pessoa melhor e ser minha melhor versão. Todas as vezes que eu saio para a pista, eu olho para o Tutu e falo: você baixa segundos aí em casa, que eu vou baixar segundos lá na pista” revela.
Devido uma otite crônica, o bichano desenvolveu uma doença chamada Head Tilt, também conhecida como Síndrome Vestibular, que afeta o aparelho responsável pelo equilíbrio e pela posição do corpo. “Mesmo com todas essas coisas, ele dá uma lição de superação. É um verdadeiro guerreiro “, diz.
Apoio da Kawasaki
Até a última temporada, a primeira campeã brasileira corria de R3. Agora, com a chegada de uma nova parceria, Ana irá correr de ‘Monstrinhas’ novas. “O Rogério Otani (China), meu chefe de equipe IBMM, estava em contato com a Kawasaki desde o ano passado. Esse ano fechamos esse apoio. Estou muito feliz com essa parceria e pela oportunidade de pilotar a minha nova Monstrinha verde”, ressalta Ana, ao se referir à nova moto.