Piloto da Motonil chama atenção por talento e vitórias
Mateus Bezerra,
Especial para o SBK
Como se reconhece o talento? No esporte, o talento se é reconhecido quando alguém faz algo tão espetacular, a ponto de deixar todos que estão assistindo de queixo caído. Isso foi o que fez Guilherme Brito, na terceira etapa do SuperBike Brasil, que aconteceu no Autódromo de Interlagos, no dia 25 de julho, enquanto liderava a prova da categoria SuperBike PRO. Devido a falhas no motor, a vitória não veio, mas a trajetória deste jovem piloto mostra que seu talento ainda trará muitas surpresas.
Poderia ser mais um domingo normal de corrida. No entanto, ouvia-se nos bastidores de que uma jovem promessa estrearia na principal categoria do maior campeonato de motovelocidade das Américas. Guilherme Brito, de apenas 18 anos, que já vinha chamando atenção pelos seus tempos durante os treinos livres e classificatórios, fazia seus últimos ajustes para encarar os principais pilotos que disputam em solo nacional.
O piloto da Motonil Motors, que no mesmo dia já havia vencido a corrida da Copa Pro Honda CBR 650R, largou na terceira colocação e faltando oito voltas para o fim da prova, assumiu a liderança. Porém, faltando apenas três voltas para cruzar a linha de chegada, teve de abandonar a disputa por conta de um problema no motor. Apesar disso, seu tempo na pista foi o suficiente para impressionar a todos que acompanhavam.
Apesar de sua estreia na SuperBike PRO, essa não foi a primeira vez que Guilherme desfilou seu talento nas pistas. O atual campeão da categoria Copa Pro Honda CBR 650R, venceu quatro, das oitos etapas da temporada anterior, para garantir o título. Mas para chegar a tantos feitos, mesmo com pouca idade, Gui Brito começou a se aventurar cedo.
“Me lembro que quando era menor, com mais ou menos uns cinco anos, ganhei um quadriciclo e comecei a andar. Depois, com nove, ganhei uma motinha LX, e foi quando eu comecei a andar mesmo. Com onze, comecei na motovelocidade”, relembra.
Segundo o próprio piloto, para começar na motovelocidade não foi difícil, pois o amor por esse esporte está em sua genética. “Meu pai e minha mãe gostam muito de motovelocidade, no começo tinham um pouco de medo, mas é normal. Meu avô gosta também e me incentiva bastante. No geral, minha família que me incentiva. Eles gostam de me ver correndo. Meu pai sempre me ajudou, foi atrás de moto e de tudo que eu precisava para competir”, diz.
O fato de seu pai gostar de pilotar, foi o que o fez conhecer o SuperBike Brasil. E como conta Guilehrme Brito, bastou um dia para se apaixonar. “Eu andava de motocross e um dia fui fazer um Track Day, em uma quinta-feira, pela MotoSchool, com meu pai. Aí eu vi as motos da Jr. Cup, empolguei bastante, e depois enchi o saco do meu pai para participar. Lembro que no final de semana seguinte já tinha corrida e eu consegui me inscrever. Não tinha equipamento nenhum e conseguiram me arrumar isso. Por isso, consegui correr no final de semana”, revive, antes de concluir.
“Foi um final de semana inesquecível. Na corrida, eu estava em terceiro, mas caí na última volta. O início foi assim, isso em Interlagos. Depois fomos para as etapas de Goiânia e Curitiba”.
Além de competir pela SuperBike Brasil, Guilherme Brito também teve participações internacionais, quando correu pelo FIM CEV, principal porta de entrada para o MotoGP, em 2018.