O quão influente pode ser a genética na motovelocidade? Se algum dia houver um estudo sobre o tema, a família Paschoalin, de certo, servirá de elemento de estudo. Filho de Vail Paschoalin, Rafael segue fazendo justiça ao sobrenome – tão pesado – da família. O piloto que é referência no maior campeonato de motovelocidade das Américas, começou sua trajetória nas pistas em 2001, conquistou competições internacionais, se tornando o primeiro piloto brasileiro a realizar feitos.
“Meu pai foi piloto na década de 70, 80 e 90, então naturalmente eu tinha muita tendência a ir para o mesmo caminho. Minha primeira corrida de moto foi em 2001, na categoria Copa Honda CG 125. Era como se fosse Honda Jr. Cup, mas para pilotos de todas as idades. A primeira etapa teve 43 motos no nosso grid e, naquela época, cada concessionária era obrigada a colocar duas motos para correr, então era um grid bem legal, com motos bem rápidas. E, entre 43 motos, eu terminei em quinto, logo na estreia. Em 2013 andei de 250cc que era Honda Twister. Depois foquei na modalidade que andava na terra e no asfalto, sendo campeão nessa modalidade também. Esse foi bem meu início”, revela o piloto que tem fortes laços com a Honda Racing.
Anos depois de seu debute nas pistas, Paschoalin foi se aventurar no Velho Continente. Competindo em uma prova realizada anualmente nas ruas da pequena Ilha de Man, uma comunidade autônoma situada no mar entre a Irlanda e Grã-Bretanha. “conheci as provas de Road Racing lá fora, acabei me apaixonando pelo negócio e foquei muito lá fora. Foquei em tentar ir para a Europa, por ter algumas provas lá. Com isso, acabei me tornando o primeiro piloto brasileiro a competir em várias provas. A principal delas a TT da Ilha de Man. Também fui o primeiro brasileiro a correr em Pikes Peak, ganhando em 2019”, relembra.
Mas tudo isso só deu certo porque desde muito jovem, Rafa sempre teve o apoio familiar. Claro, sem contar o fato de todo o incentivo paternal de alguém que era fera sob duas rodas. “Quem mais me incentivou, óbvio, meu pai que também foi piloto, mas sempre tive apoio da minha família. Nem nos momentos mais difíceis alguém chegou a questionar o rumo que as coisas estavam tomando. Durante muito tempo fui piloto amador, porque trabalhava de segunda à sexta e corria de final de semana. Isso ainda acontece um pouco, mas agora eu tenho meu próprio negócio voltado para a motovelocidade, então eu praticamente vivo de ser piloto ou ser instrutor. É uma vida total de motociclismo”, revela. Além de tudo, o piloto que atualmente compete pela principal categoria do SuperBike, traz suas perspectivas sobre o campeonato. “Trabalhava em revista quando o Bruno montou o SuperBike e o campeonato era um anunciante da revista. Convivia muito com ele, já fui até instrutor da Motoschool. Enfim, sempre estive perto, hora mais próximo, outra mais afastado, mas sempre perto”, diz antes de concluir. “Falando do futuro “Acho legal demais essa vontade que o Bruno tem de deixar o que é bom, ainda melhor. Consigo enxergar que ele tem um plano ambicioso para o futuro. Muitas ideias. O time do SBK é muito competente, então tenho certeza de que vai dar certo e que seremos a Stock Car de duas rodas”.