Qual é a idade para fazer o que ama? Se fizer essa pergunta à Patricia Godoy ela certamente irá responder que não há limite. Aos 52 anos, a pilota que compete na categoria Girls Cup, falou ao Portal do SBK sobre a “realização de sonho” ao participar do maior campeonato de motovelocidade das Américas.
“A categoria Girls Cup ajudou muito, pois desde 2015, não consegui mais correr no SuperBike, e só voltei agora, pois a criação da Girls Cup facilitou bastante a participação para as meninas. Na primeira etapa que participamos, nos foram emprestadas as motos, então facilitou muito”.
Uma paixão que começou a quase cinco décadas -ou meio século, não pode ser, nunca, não alimentada. Algo que perdura por tanto tempo, a vida encontra uma maneira de construir sua realização. No caso de Patricia, essa realização chegou a ser concretizada em 2015, mas acabou tendo um hiato de mais de 7 anos, até a chegada da Girls Cup.
“Ando de moto e tenho uma grande paixão por motos desde muito pequena, com 6 anos, então acompanhava algumas corridas do SuperBike. Meu namorado trabalhou nos boxes por alguns anos e aí fiquei alucinada para aprender. Meu primeiro track foi no ECPA, no final de 2015, em Piracicaba, com a Paty Lupinetti, e lá conheci a Marcia Reis, que estava na época tentando juntar meninas para formar um grid com o logo “Vem pra pista mulherada”. E ela conseguiu. Em novembro de 2015, participei pela primeira vez de uma corrida SBK. Foram 18 meninas, a etapa foi em Londrina. Subimos todas no pódio e foi fantástico. De lá pra cá, sempre que posso treino em algum lugar”, revive.
E sobre o fato de as mulheres ainda serem em menor número nos autódromos, Godoy afirma que a categoria destinada ao publico feminino é uma ótima solução. “A maioria têm medo. Não sabem que é mais seguro andar no autódromo, que é preparado para isso, do que nas ruas da cidade. E nada melhor do que ver um grupo de meninas participando para se inspirar e tentar”, afirma, antes de concluir com sua própria experiência.
“A adrenalina de participar de um campeonato brasileiro é única. Para mim, correr aos 52 anos, foi a realização de um sonho”.