Na quinta etapa do SuperBike Brasil, realizada em Interlagos, algo que não se vê todos os dias aconteceu: pai e filho compartilharam o mesmo pódio de uma categoria. Carlos Barcelos e Bruno Pereira, ambos da Cajuru Racing, terminaram em quarto e quinto colocado, respectivamente, da Copa Pro Honda CBR 650R. Em conversa com o Portal do SBK, os pilotos falaram da emoção de realizarem tal feito pela primeira vez e se já consideravam essa possibilidade.
“Dividir o pódio com meu filho foi simplesmente emocionante. Eu mais chorei do que consegui visualizar meu lugar no pódio. Mas sentir a emoção de estar ali com meu filho, sentir a emoção de vê-lo feliz, seguro de pilotar uma moto, estar lá no pódio, de terminar uma corrida e receber uma bandeira quadriculada juntos, foi um marco fantástico”, afirmou Carlos.
Poderia ser um dia comum na família. No entanto, aquele domingo, dia 2 de junho, terminaria com um gosto especial. Mesmo largando na 13ª colocação, o professor de educação física ganhou nada menos do que nove posições, para cruzar a linha de chegada em quarto. Para Barcelos, o mérito de poder estar ao lado de seu primogênito na premiação, também passa por sua equipe. “Chegar ao pódio entre os cincos primeiros é uma consequência de tudo que aconteceu na corrida, mas muito mérito de todo o trabalho da equipe, que trabalha incansavelmente para que cada piloto termine sua corrida e foi simplesmente mágico”, pontua.
E pai e filho partilharam da mesma emoção, mesmo que cada um com sua particularidade: o pai com o orgulho de seu jovem, enquanto o filho que festejava o fato de estar ao lado de quem tanto admira. “A sensação de dividir o pódio com meu pai foi inesquecível. O cara que me guia, não só como pai, mas dentro da motovelocidade ele é meu exemplo. Ele que me inseriu nesse mundo. Então estar no mesmo pódio e olhar para o lado e o ver é demais. Abraçar ele no pódio foi incrível para mim. Ver um cara que admiro tanto, não só como pai, mas como meu maior exemplo dentro das pistas, do meu lado”, ressaltou Bruno.
Porém, havia algo no qual os parentes não estavam de acordo antes da corrida. Carlos não considerava a possibilidade de os dois chegarem entre os cinco primeiros, ao contrário de Pereira.“Em nenhum momento pensei que poderíamos os dois chegarmos entre os cinco primeiros da corrida. Queríamos nós chegar entre os dez ou oito primeiros, já seria um feto muto marcante. Então foi a cereja do bolo. Foi para celebrar a paixão que une as gerações de todo mundo que de alguma maneira acredita na motovelocidade e que essa paixão de pai para filho possa ser muito forte, intensa e cheia de alegrias. Foi o que nós vivemos no pódio da quinta etapa”, disse o pai.
“Vou dizer que considerei, sim, a possibilidade de estarmos no mesmo pódio. Mas apesar de acreditar, achava essa possibilidade bem vaga, até porque meu pai é fantástico e anda muito melhor do que eu. Mas na SuperPole, como eu larguei na frente, passei a acreditar mais nessa possibilidade”, respondeu o filho.