Uma queda em Interlagos colocou em risco a participação de Felipe Comerlatto (#186) na etapa de Goiânia do SBK Brasil, realizada no último fim de semana no Autódromo Internacional Ayrton Senna. O processo cirúrgico a qual foi submetido, dez dias antes do evento, porém, foi superado com muito esforço do piloto da Pro Race Team, que, de quebra, conquistou a dobradinha nas corridas da SuperBike Evolution 1000cc.
A incrível façanha para quem recebeu do médico a instrução de não forçar o local da cirurgia, a clavícula esquerda, também surpreende o líder geral do Campeonato Brasileiro da categoria no SBK.
“Meu médico me liberou para ir para Goiânia desde que eu não tivesse nenhum risco de queda, e que não forçasse o local da cirurgia. Então, eu fui para lá contando apenas em pontuar. Eu não esperava, em hipótese alguma, ganhar as duas corridas. Tanto por conta da minha condição física, quanto pelo período que não me preparei para a etapa, já que Goiânia exige muito”, conta.
A falta de preparação física adequada à etapa foi vencida pela regularidade do piloto na temporada, que surfa e vai à academia, e dieta específica para lidar com as duas baterias no torneio.
“Venho fazendo, ao longo do ano, uma preparação física intensa para todas as etapas. Eu tenho praticado todos os dias corrida, junto com a musculação, e surfe. Então, estava com bastante condicionamento físico. E para as etapas de rodada dupla, uma semana antes, pelo menos, eu entro com uma dieta rica em proteína, com suplementação, para chegar em alta performance e suportar as duas baterias”, acrescenta.
Com a dobradinha na 6ª etapa do SuperBike, Comerlatto aumentou a vantagem na liderança. Apesar do resultado, ele prefere manter os pés no chão e conter qualquer clima de “já ganhou”.
“Eu fiquei um pouco mais perto do título, sim, abri uma vantagem sobre o segundo colocado no campeonato, mas eu sou muito cauteloso em dizer que estou próximo de vitória, do título. Ele é um objetivo, uma vontade, mas eu só conto vitória depois que ela aconteceu. Não gosto de cantar vitória antes do tempo, porque no mundo das corridas tudo pode acontecer”, pondera.
Além disso, o piloto de motovelocidade se divide entre um escritório próprio de advocacia, ocupação pela qual exerce há 20 anos, e uma startup de tecnologia, recém-inaugurada.