Estreante no mundo da motovelocidade, a pernambucana Tamar Linda Cavalcante Raad, de 31 anos, ou simplesmente Linda Raad, como escolheu ser conhecida no esporte a motor, começou a sua carreira de piloto acelerando forte e somando bons resultados. Em sua primeira participação oficial pelo SuperBike Brasil, ainda na abertura da temporada 2016, já garantiu um lugar no pódio ao obter a vice-liderança da categoria Copa Honda CBR 500R Light. Na prova seguinte, foi ainda melhor e faturou a primeira vitória de sua brevíssima história nas pistas. Somando-se ao resultado da última etapa – um terceiro lugar –, Linda Raad (#23), integrante da equipe Moretti Racing Team, segue firme na segunda colocação do campeonato nacional.
Mas o envolvimento de Linda Raad com o veículo de duas rodas tem uma origem bem mais antiga. Ainda na infância, quando a família já havia se mudado para a capital paulista, costumava ouvir o ronco dos motores das motos de seus pais, que as utilizam para deslocamentos urbanos. Sua primeira recordação vem de uma foto. Ainda aos dois anos de idade, pousou para a câmera sobre a Honda CB 450 do seu pai. Já na adolescência, a paixão pelas altas cilindradas teve início, porém, sem grana, foi ter a sua primeira moto apenas aos 21 anos.
“Juntei dinheiro e comprei a minha primeira ‘motinha’ com cara de ‘motona’. Era uma Green 150cc esporte, toda carenada e com dois escapamentos. As pessoas que não entendem nada de moto achavam que era uma moto de alta cilindrada (rs). Usava ela para ir à faculdade e ao trabalho. Andei dois anos com ela e fazia 60 km todos os dias, mas por ser uma moto muito fraca não andava nos finais de semana em passeios pegando a estrada”, recorda.
Com formação acadêmica na área de Sistemas de Informação e trabalhando no setor financeiro de uma grande seguradora, Linda Raad conseguiu comprar a sua tão desejada ‘motona’. Em 2014, economizou dinheiro, adiou a viagem de férias e fez um ‘upgrade’ em sua motocicleta. Trocou a então Green 150cc por uma Yamaha XJ6 F com 600 cm³ de cilindrada. Agora ela estava bem equipada para acelerar nas rodovias. E foi o que fez. Em dois anos, Linda rodou cerca de 30 mil quilômetros e conheceu diversos estados e cidades do país.
Agora, faltava apenas um pequeno passo para Linda Raad entrar de vez para o mundo pistas. Em 2015, decidiu que iria desenvolver sua técnica de pilotagem e realizou três cursos. Já com um pouco de bagagem, surgiu a oportunidade de colocar à prova seu aprendizado e inscreveu-se para participar do grid feminino montado especialmente para a etapa de Londrina (PR) do SuperBike Brasil, disputado em novembro do ano passado.
“Fui pilotando junto com uma amiga, ela de Suzuki Hayabusa e eu de Yamaha XJ6 F. Saímos de São Paulo de madrugada e pegamos muita chuva e frio no caminho. Mas conseguimos chegar a tempo para realizar o treino. Adorei conhecer o SuperBike de perto, porém, a minha realidade financeira não me permitia bancar mais etapas”, comenta.
Foi então, no início de 2016, que uma inesperada oportunidade surgiu para Linda Raad. A piloto foi convidada, de última hora, pelo chefe da Moretti Racing Team, Octavio Sereno, para preencher uma vaga da equipe na categoria Copa Honda CBR 500 R Light, que ficou aberta devido a um desfalque nas sessões classificatórias para a etapa de abertura do SuperBike Brasil.
“O Octavio me mandou uma mensagem ao meio dia me convidando para participar da etapa. Se eu aceitasse, teria que chegar ao Autódromo de Interlagos às 13h30 para realizar o último treino classificatório. Foi tudo tão rápido e tão perfeito, que cheguei a tempo e realizei o treino. Eu nunca tinha andado em motos de 500cc. Lembro que o meu objetivo era de não cair. Não estava nem preocupada com o tempo”, diz a piloto. E completa: “Eu estava realizando o sonho de participar de um campeonato de motovelocidade. Estava tão feliz e ansiosa que na noite de sábado para domingo não conseguia pregar os olhos”.
Mesmo com a decisão de última hora e sem realizar os treinos livres, Linda Raad terminou a corrida na segunda colocação e começou sua carreira de piloto com direito a troféu e pódio. Já na prova seguinte, após a estreia bem-sucedida, a piloto deixou de ser um ‘quebra-galho’ emergencial e recebeu o convite para integrar, oficialmente, a equipe Moretti Racing Team.
Yixing Teapots Wholesale Yixing Teapots