Engana-se quem pensa que a motovelocidade é um esporte exclusivamente masculino. Apesar de ainda ser formado por uma grande maioria de pilotos homens, uma nova geração de meninas, algumas delas nem tão jovens, vem conquistando um importante espaço dentro do SuperBike Brasil. E o principal: fazendo frente aos adversários do sexo oposto. Até a última rodada do campeonato, realizada em Curitiba (PR) entre os dias 8 e 11 de setembro, ao menos 10 mulheres vestiram o macacão, subiram na moto e entraram na pista. Com idades variadas entre nove e 33 anos, elas mostraram que são capazes de competir de igual para igual e obtiveram grandes resultados.
Talvez o maior feito seja o de Samara Andrade (#74), da equipe Moretti Racing Team. A piloto de 27 anos, de Jundiaí (SP), obteve três vitórias consecutivas na Copa Kawasaki Ninja 600, logo no início da temporada, e conquistou o título do Campeonato Paulista. Através das mídias sociais, Samara agradeceu o apoio recebido de sua mãe e dedicou a ela esta vitória.
“Minha maior parceira, sempre presente me apoiando, me escutando e aconselhando, sendo a pessoa mais paciente do mundo, transformando situações que pra mim eram o fim do mundo na coisa mais simples de se lidar. Ela foi o alicerce pra eu chegar aonde cheguei. Esse título é dela. As vitórias são dela. Obrigada mãe”, publicou Samara.
Outra piloto que vem fazendo bonito é Sarah Conessa de Moura (#35), da equipe Cerciari Racing School. Com apenas 16 anos, a garota, natural de Brasília, é uma das rápidas na categoria Yamaha R3 Cup e ocupa a vice-liderança na tabela classificatória. E quem pensa que isso era o bastante para ela, engana-se. Sarah participou, neste ano, do Women’s Open Cup Yamaha R3, campeonato espanhol exclusivo para mulheres, e obteve o terceiro lugar.
“Estou super feliz. Fiquei em terceiro no campeonato e estamos dando tchau para a Espanha. Estou muito, muito feliz. Quero agradecer a todo mundo que torceu por mim. Todos que me falaram coisas positivas. E aos meus patrocinadores. Só tenho a agradecer a todos”, disse Sarah.
Seguindo em Brasília, a capital nacional abriga uma das principais pilotos do país. Indy Muñoz (#199), da equipe Castrol Racing, foi destaque na temporada passada, quando seguiu na briga pelo título da Copa Kawasaki Ninja 300 até a reta final, ficando com a terceira colocação, apenas três pontos atrás do líder. Neste ano, Indy passou a disputar também a categoria SuperStreet, em que ocupa a quarta colocação.
A lista das mulheres pilotos no SuperBike Brasil continua. A estreante na temporada 2016, Linda Raad (#23), da Moretti Racing Team, vem ganhando espaço e se consolidando entre os competidores. Atualmente ela é a terceira colocada na Copa Honda CBR 500R Light. Por sinal, este é um dos grids com maior presença feminina. Além dela, participam Claudia Barros (#6), da Moretti Racing Team, e Maria Fernanda Rocha (#22), da Fullmann SuperBike, que deixou a Honda Junior Cup para competir este ano com as motos de 500 cm³ de cilindrada.
E por falar em Honda Junior Cup, é na categoria-escola que os novos talentos começam a ser lapidados e é por lá onde estão algumas meninas que podem vir a despontar na motovelocidade. Neste ano os dois maiores destaques são Raquel Vaz (#99), nove anos, e Gabrielly Lewis (#17), 12, irmã do atual líder da SuperBike, Danilo Lewis.