O amor pela motovelocidade não tem idade. Prova disso são os pilotos das categorias Master do SuperBike Brasil que, mesmo depois de uma longa na carreira no esporte, não abandonam as pistas. Para eles, a experiência é uma forte aliada durante as provas, enquanto o físico se torna uma barreira a ser superada.
Desde os 16 anos, Elson Tenebra, #2, da Suzuki/Econs/Concard/CNM, participa de competições e coleciona diversos títulos e corridas em autódromos internacionais. Em 40 anos de carreira, o piloto teve a oportunidade de acelerar nos Estados Unidos, Argentina, Uruguai, entre outros. Atualmente, com 67 anos, ele faz parte da categoria SuperBike Pro Master. “Sou recordista de largadas no Brasil. Fui vice-campeão paulista em 1977 e de lá para cá nunca mais parei de competir. O que me move é o amor pelo esporte”, conta.
Para ele, continuar competindo significa ajudar a manter vivo o mundo das corridas. “A carreira na motovelocidade é curta e categorias como a Master dão uma sobrevida para todos os pilotos que já fizeram história e querem continuar correndo. Isso também dá uma imagem diferente para os mais jovens, mostrando que eles podem continuar competindo até a idade que quiserem”, afirma Tenebra.
O piloto está no grid junto os maiores nomes da motovelocidade brasileira: Eric Granado, o atual campeão da SuperBike, Diego Faustino e Alex Barros, o maior piloto brasileiro e que voltou às pistas em 2017, depois de dez anos sem correr. Nesta temporada, as categorias SuperBike Master, SuperSport Master e SuperBike Light Master somam cerca de 20 pilotos.
Quem também larga ao lado de jovens com grande potencial no esporte é Nelson Gonçalves, o Mágico, #45. O competidor de 57 anos disputa a SuperBike Light Master e divide a pista com Rodrigo Dazzi, Vitor Reis e Felipe Comerlatto. “É bom correr com os mais novos porque se torna um desafio em tentar acompanhar o ritmo deles.”
Os competidores das categorias Master já tem uma vasta experiência de pilotagem o que é positivo da hora da corrida. Entretanto, precisam enfrentar os desafios do condicionamento físico. “A gente anda mais devagar que os jovens e isso não quer dizer que desaprendemos. Significa que a cabeça está intacta, mas o corpo já não tem o mesmo ritmo. Isso acontece com atletas de qualquer esporte. O piloto da Light de hoje, será o da Master de amanhã”, diz Mágico.
Mesmo com tantas corridas já disputadas ao longo dos anos, o esporte não perdeu a graça para o piloto de 61 anos, Valter Rubino, #65, da Misano Racing Team. O piloto da SuperSport Master está empenhado na temporada 2017 e não pretende parar tão cedo. “O dia que eu receber a bandeirada e não me emocionar, aí sim eu vou parar. Por enquanto, convivo muito com os jovens e gosto disso. Me sinto jovem também e isso me motiva ainda mais.”
Rubino afirma que a idade não interfere, já que está sempre fazendo treinos físicos. “Faço aeróbica, musculação e estou sempre em atividade. Desço da moto e se tiver outra corrida, faço normalmente.”