Determinação feminina invade as pistas do SuperBike Brasil
Piloto da Copa Honda CBR 500R, Marcia Reis até tentou ser uma mãe ‘normal’ como qualquer outra, mas a paixão pelas duas rodas falou mais alto
Marcia Reis é natural de Porto Alegre (RS), já escreveu dois livros, foi gerente comercial de boutique e é mãe de uma universitária, mas foi na motovelocidade que encontrou seus momentos de lazer e diversão.
“Comecei a gostar de moto com 13 anos, fazia ‘peguinhas’ de Garelli na rua com os moleques, depois comecei a pegar motos maiores, fiz trilha por um tempo e então peguei uma Ninja 300 e foi ai que comecei a gostar um pouco mais de motos esportivas”, conta a piloto.
Depois de morar 20 anos na região de Porto Alegre, está há dois anos e meio vivendo distante de sua terra, no interior de São Paulo, na cidade de Araraquara. Mudou somente para poder treinar. Marcia comenta que a brincadeira passou a ser séria a partir de 2012, ao ser convidada para participar de um grid formado somente por mulheres, em Guaporé (RS). Com essa experiência, Marcia explica que pegou gosto pela coisa, mas que infelizmente logo depois precisou vender a moto, o que limitou sua participação em apenas duas provas. Então, surgiu a oportunidade de participar do SuperBike Brasil, onde está até hoje.
Representante feminina em um universo visto por muitos como algo masculino, Marcia, piloto da moto (#97), conta como é ser mulher e estar na pista. “Está sendo bem legal participar do SuperBike Brasil, temos poucas mulheres na motovelocidade atualmente e esse é o único campeonato que nós temos essa presença. Os outros pilotos tem um carinho especial pela gente, todo mundo se respeita bastante e na equipe Moretti Racing Team sou a única mulher, mas é bem legal sentir o quanto o público admira nossa coragem de estar ali dentro da pista. Comparado as minhas primeiras corridas onde havia apenas mulheres no grid isso é um desafio bastante grande, mas tem sido muito legal correr junto com os homens também”.
“Me adaptar a moto é minha maior dificuldade, sobretudo esta que é a primeira totalmente preparada para pista.Antes eu andava de brincadeira com as meninas, usávamos modelos de rua, tirávamos apenas os espelhos e saíamos para acelerar, só agora estou conseguindo me adaptar a nova máquina.O ano passado foi uma verdadeira escola, um aprendizado muito intenso e de grande valia para mim, tanto que esse ano estou melhorando meus tempos progressivamente, sentindo mais segurança na moto e na pista também, sentindo a evolução que conquisto a cada volta”.
Questionada sobre sua relação com a família, uma vez que se interessa por um esporte pouco usual para a maioria das mulheres ela diz: “Não só a família, mas todos que são próximos de mim dizem que isso é loucura, mas creio que todos aqui (no Autódromo) têm um pouquinho dessa loucura. Minha filha está na faculdade e infelizmente não consegue me acompanhar, mas, mesmo assim, estar aqui é o que eu quero”.
Marcia se esforça junto da nova equipe para nos próximos meses começar a trazer mais mulheres para seu lado e, quem sabe, juntar o suficiente para montar um grid exclusivo delas — mesmo que com motos de rua — mostrando que andar de moto na pista não é nenhum bicho de sete cabeças conseguindo mais pilotos para sua equipe e o campeonato.
“Depois que comecei no SuperBike já perdi quase 16kg, isso controlando a alimentação e fazendo atividade física, pois quanto mais levinha melhor né (risos)”. Na categoria em que a piloto disputa o campeonato, muitos dos concorrentes são mais jovens e com menor estatura, daí a preocupação com a forma física, “na minha categoria os pilotos são bem levinhos, é quase uma covardia”, brinca.
“Estou ampliando meu aprendizado e pretendo começar a andar de SuperMotard também, apesar de ser nova neste mundo com apenas 6 participações no campeonato, novas formas de evoluir nunca são demais. Quando comecei na motovelocidade era gerente comercial em uma boutique onde morava, dois meses depois sai só para poder treinar e agora são os patrocinadores que me mantém, assim eu consigo não trabalhar e me dedicar somente ao esporte e a equipe, pois já estava difícil conciliar o trabalho e os treinos com meu cargo, as responsabilidades e horários. Estou curtindo muito e pretendo continuar nisso por muito tempo”.
Marcia deu esta entrevista durante a segunda etapa, em junho, e fechou o final de semana com pódio, graças à torcida que compareceu para dar apoio a piloto que corria “em casa”. Quarta colocada na Copa CBR 500R Light e 11ª na geral, a piloto ficou muito emocionada, deixou rolar algumas lágrimas de felicidade no pódio. “Está sendo muito emocionante já que esse é meu primeiro pódio na competição, agradeço a deus em primeiro lugar, ao meu patrocinador Otávio, ao Carlinhos, mecânico que preparou minha moto,a equipe MR que ajuda bastante e como sou daqui de Porto Alegre, agradeço a toda torcida aí”.
A próxima etapa do campeonato, a terceira, acontecerá entre os dias 24 e 26 de julho, no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Londrina, PR.
O SuperBike Brasil tem patrocínio Silver: Honda, Pirelli, Mobil e Yamaha. Bronze Premium: Kawasaki, Ducati e MotoSchool. Bronze: Shark, Diafrag, Alpinestars e Tutto Moto.
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