A mitologia grega diz que a fênix é um pássaro que renasce das próprias cinzas depois de pegar fogo, e essa lenda caiu muito bem em Márcia Alves, mais conhecida no SuperBike Brasil como Márcia Fênix. A piloto da Copa Honda CBR 500R usa o maior campeonato de motovelocidade das Américas para superar uma tragédia familiar e ressurgir.
Há oito anos, Fênix perdeu seu filho, Wanderson Alves, que tinha 22 anos, em um acidente de moto na rua. Apaixonado por motovelocidade, ele não chegou a participar de nenhuma prova, mas agora a mãe acelera nas pistas para manter a lembrança dele sempre viva.
“Decidi aprender a andar de moto para resolver angústias e fantasmas dentro de mim e entender o amor que meu filho tinha pela motovelocidade. Meu principal objetivo no SuperBike é atingir a minha própria superação a cada prova e etapa: realizar uma melhor volta, um melhor tempo, uma melhor pilotagem, uma nova conquista e tudo em homenagem ao meu filho”, diz.
Ela aprendeu a andar na mesma moto que Wanderson sofreu o acidente. Depois de consertá-la, Fênix passou a treinar cada vez mais e desde o início deste ano integra a lista de pilotos do SBK Brasil.
O apelido, inclusive, também é herança de Wanderson. “Meu filho tinha uma admiração muito grande por mim, por eu ter criado ele sozinha. Sempre me dizia que eu renascia das cinzas e que consegui criar ele e a irmã com toda garra e força. Então, surgiu o apelido dado por ele a mim, uma relação exclusiva minha e dele”, conta.
Aos 48 anos, a esposa, mãe de dois filhos e avó de um neto vive o sentimento de saudade toda vez que pilota sua moto, um gesto de homenagem ao filho e um lembrete para quem sempre está disposta a renascer das cinzas, não só nas pistas, mas na vida.