A humanidade nos mostra, historicamente, que existem determinados pontos que não regridem mais. Assim também acontece no esporte. Seja ele qual for, padrões do progresso são quebrados e reestabelecidos constantemente a cada nova descoberta e melhoria. Na motovelocidade, que se inclui em tal cenário, entre inúmeros exemplos, podemos citar facilmente o da formação de pilotos, que melhora a cada ano. A Honda Jr. Cup, maior formadora no cenário nacional, já é uma realidade que reflete nas principais categorias do SuperBike Brasil, com Gui Brito e João Carneiro, por exemplo, que são pilotos Honda que competem na PRO, e Theo Manna, na SuperSport 600cc. Todos eles entre os protagonistas de suas respectivas categorias. Inclusive, na atual temporada, novas melhorias foram implementadas e, segundo Rafael Paschoalin, “A tendência é que os pilotos da Jr. sigam na motovelocidade por muito tempo e figurem como os principais pilotos daqui alguns anos”.
Uma tendência. É assim que o tutor da Jr. Cup enxerga o fato de os pilotos da categoria brigarem pelos principais títulos nacionais da motovelocidade. A opinião de Paschoalin não é dada sem nenhum embasamento. Além de ser o responsável pelo desenvolvimento dos pupilos em pista, ele é o responsável por aplicar cada etapa do processo de treinamento da reveladora de jovens talentos. Vale ressaltar que existe uma filosofia na maior escola de novos pilotos do país, que visa não só preparar para as pistas, mas formar grandes pessoas.
“Não é uma coisa muito fácil, seguir com o ensinamento e a filosofia da Jr, que é uma categoria para formar pessoas. Pois, por estarmos no ambiente competitivo, no fim de semana de etapa do SBK, o natural é que eles pensem somente em se tornar mais rápido. Mas a gente reforça muito dentro de sala de aula, o tempo todo na verdade, que é um crescimento geral. Eles, com certeza, irão andar de moto mais rápido, que acontece naturalmente, mas principalmente vão se tornar pessoas melhores. Então falamos de marketing esportivo, realizamos dinâmicas – onde eles precisam vender o próprio patrocínio, aulas de mecânica. Enfim, muitos assuntos e muita pedagogia envolvida para que eles se sintam bem e que a categoria seja especial”, explica.
O objetivo pode não ser focado exclusivamente em tornar os atletas mais rápidos em pista. Porém, visivelmente foi um dos pontos executados com sucesso e, segundo Rafa, com o progresso no esporte, isso certamente será cada vez mais comum. “Como o esporte no geral está ficando cada vez mais profissional, a tendência é que os pilotos da Jr. sigam na motovelocidade por muito tempo e figurem como os principais pilotos daqui alguns anos, como aconteceu com o Gui Brito, com João Carneiro, Theo Manna. Está ficando cada vez mais claro o melhor caminho para seguir no esporte de uma maneira profissional. Antigamente você não tinha literatura, não tinha o caminho das pedras para ter êxito nisso. Hoje em dia você tem coach, tutor, empresário. Uma série de coisas que auxiliam nesse cenário”, afirma o tutor, antes de concluir com as novas mudanças da Honda Jr. Cup para a atual temporada.
“Nós tivemos algumas mudanças técnicas nas Hondas CG160 Titan. Os escapes jeskap acrescentaram potência e o Quick Shifter X-Treme também ajuda no tempo de volta. Para terminar a parte técnica, também revisamos o acerto de suspensão dianteira e mudamos as carenagens. Os pilotos dessa temporada, sem exceção, também são muito competitivos e arrojados. Na minha opinião, esse recorde (estabelecido na última etapa por Enzo Ximenes) vai baixar ainda mais”.