Quem acompanhou as transmissões ao vivo do SuperBike na última etapa, teve o prazer de, além de acompanhar a vitória de Verissimo, pela EVO, pode ver toda a brincadeira em torno de seu resultado, já que o piloto vinha de alguns grandes tombos. No entanto, num ato de “redenção, o cara da Mooca fez uma prova de tirar o chapéu e se reencontrou com aquela que ele é um velho conhecido: a vitória. Em conversa com o Portal do SBK, o atleta da HJCPSBK falou o que estava acontecendo para tantos acidentes e como foi vencer novamente pelo Maior das Américas.
As lesões fazem parte da vida de um atleta. Ainda mais quando esse atleta está em um esporte tão cheio de adrenalina, como é a motovelocidade. Mesmo assim, André acabou sofrendo mais do que o considerado “normal”.
“Desde o meu tombo, que tive em Potenza, vim só sofrendo. Foram seis meses que pelo menos um machucado, ou ralado, uma recuperação, estou fazendo. Posso dizer que agora, estou quase sem nenhum ralado no corpo. Então tudo estava atrapalhando. Moto que destruí, que tem que ficar arrumando, corpo recuperando, que atrapalha no treino. Então vinha fazendo como dava para fazer. Nunca estava tudo certo para andar, nem o corpo nem a moto. Aos poucos fui voltando, com treinamento. Depois voltei a andar. Ainda tive aquele tombo em julho, que quebrei meu braço, então uma coisa foi na sequência da outra”, explica.
Após o seu reencontro com a vitória, o campeão da EVO de 2020 fala em “redenção”. “Agora comecei a voltar, ficar bem. E a moto, apesar do último tombo, não fez nada. Ela está voltando a ficar boa também. Quando você ganha não é um motivo, é sempre a soma de várias coisas. Você tem que estar bem, a moto tem que estar boa, a sorte tem que estar junto. Tudo tem que favorecer”, reflete, antes de acrescentar.
“No final das contas, essa corrida foi uma redenção. Porque eu vinha só me ferrando consecutivamente, e dessa vez corri muito bem. Teve um ponto que errei uma curva, fiquei para trás, mas fui recuperando. Consegui passar o Manow na última volta, minha oitava ou nona volta, foi a melhor volta da corrida, o que foi bom, porque o condicionamento funcionou. A Carol tem trabalhado bastante e fiquei bem na corrida, aguentei as doze voltas com gás até o final. Então foi uma redenção. Chorei muito, me emocionei. Depois de tanta pancada, você ter uma vitória, foi bem emocionante”.
Inclusive, Verissimo pontua os motivos das quedas, mas reforça que sua confiança está de volta. “Vale ressaltar que todas as vezes que cai, nenhuma foi minha culpa. Até por isso estava bastante receoso. Uma foi falha no aquecimento dos pneus, na última etapa travou minha roda também, não tive o que fazer. Teve uma etapa que estava com problemas na suspensão e uma frente pulou num lugar que nunca tinha pulado. Então você perde a confiança. Quando você cai e sabe que você errou, ótimo, é só não cometer o mesmo erro. Mas quando você cai e sabe que está além de seu controle, aí você fica sem confiança e não vai no limite. Mas aos poucos estou pegando a confiança na moto de novo e estou me soltando”.