Piloto de apenas 17 anos vem mostrando evolução e conquistando título
A herança genética é o processo pelo qual um organismo ou célula adquire características semelhantes às do organismo que o gerou. Talvez ela explique o talento que visivelmente existe em Gabrielly Lewis da Silva, irmã de ninguém menos que Danilo Lewis. Se a herança de genes não definir o talento na pista, ela com certeza define os traços de uma família batalhadora. Traço, que inclusive, é o que a caçula mais admira no irmão mais velho.
“O que mais me inspira, é o jeito como ele batalha. Ele sempre batalhou, desde muito jovem, para conseguir conquistar o que ele vem conquistando, como andar lá fora e andar muito bem”, explica Gabrielly.
Apelidada carinhosamente de Gaby, ou Gaby Lewis, a jovem piloto corre pela tradicional e conhecida equipe do SuperBike Brasil, Tecfil Racing Team. Inclusive, sua trajetória na motovelocidade contou com bons mentores. Quando tinha apenas 12 anos de idade. “Comecei sem saber nada. Fiz a seletiva só de primeira marcha, porque não sabia nem trocar de marchar. Aí meu irmão foi me ensinando, meu pai também”, relembra.
Na ocasião, Gaby estava realizando a seletiva, que aconteceu em 2016, pela Honda Jr. Cup, categoria que mais revela jovens pilotos no cenário nacional. Hoje, a realidade da atleta de apenas 17 anos é completamente diferente. Líder da categoria R3, a irmã caçula de Danilo Lewis se diz completamente à vontade enquanto pilota, a ponto de fazer uma notável comparação. “Me sinto livre e mais leve. Acabo meio que relaxando depois de treinar, andar de moto. Todo mundo me assiste andando com o meu irmão diz que eu deito a moto mais que ele. E até por estar relaxada andando, sinto bastante confiança em fazer isso”, ressalta.
O que prova tamanha intimidade sob duas rodas, é o fato de mesmo tão jovem, já demonstrar uma grande evolução com o passar dos anos. “Em 2018 comecei correr pela CBR 500cc, mas no final do ano acabei machucando meu pé, ficando sem andar, voltando apenas no início de 2019”, diz Gaby, antes de completar.
“Cheguei a ir bem no início do campeonato, ficando até na primeira colocação geral, mas ainda não andava tão bem e não ganhei. Em 2020 fui para a R3, onde eu consegui ser vice-campeã paulista e campeã brasileira”.
Em 2021, a jovem piloto continua na categoria R3, liderando a competição até o momento. No entanto, os planos são de seguir evoluindo. “Ano que vem é provável que eu mude para a 400cc para conseguir andar com os meninos, porque é um pouco ruim andar de R3 junto com as 400cc. Meus planos são ano que vem passar para a 400 e ir evoluindo ao longo dos anos, conseguir melhorar cada vez mais”, diz.
No final, é possível concluir que a herança genética, antes questionada se era possível encontrá-la no talento dentro das pistas ou na forte determinação, está nos dois elementos. Gabrielly é mais um fenômeno inquestionável da família Lewis, mas de nada adianta ter esse dom se não se preparar. E isso, a jovem vem fazendo.
“Comecei a treinar boxe, fazendo três treinos por semana. Nos treinos faço duas vezes um circuito, que é de segunda e sexta, e às quartas-feiras, faço aula de boxe mesmo. Nesse circuito faço variados exercícios, dentre eles a corrida e andar de bicicleta. Também estou cuidando da alimentação. Às vezes treino em kartódromo, principalmente quando meu irmão está aqui no Brasil, que aí eu acabo treinando com ele. Quando isso não acontece, acabo andando apenas nos campeonatos”, concluiu.