Piloto do SuperBike Brasil desde 2013, Nelson “Mágico” (#45) é um dos personagens mais interessantes do campeonato. Atuando nas pistas desde 1980, ele tem longa carreira na motovelocidade. Entretanto, durante este período ele também ganhou a vida e notoriedade sendo um dos mágicos mais famosos do Brasil, atuando em diversos programas de TV e até ao redor do mundo.
Atualmente com sua equipe, Nelson é o campeão da categoria SuperBike Master e se prepara para novas conquistas no campeonato em 2020.
“O gosto do degrau mais alto do pódio é inconfundível, me viciei logo que comecei no motociclismo”, disse.
“Um amigo me chamou para ir participar de uma corrida de 125cc em Interlagos em 1980 e eu ganhei. Aí já era. Nunca mais saí desse mundo. Inclusive, da primeira vez que corri no SuperBike em Interlagos, pela Light em 2013, larguei de sétimo e também ganhei.”
“Essa é a minha farra. Eu não bebo e nem fumo, não sou de bar. A minha cachaça é a motovelocidade. Quando eu entro na pista e ando o dia todo, já estou com a bateria recarregada para mais um mês de trabalho. Tenho quase 60 anos. Quando a gente faz o que gosta, não envelhece. Tenho gás para ir em frente ainda por muitos anos, se o bolso permitir”, riu.
Falando da carreira de mágico, ele lembra do tempo que atuou nos principais programas de entretenimento do Brasil. “É aí é que vem a história legal, já que fui mágico por muito tempo”, contou.
“Cheguei a ser mágico da Xuxa e ganhei três vezes o ‘Se Vira Nos 30’ no Faustão. Era uma baita correria nessa época, por isso parei. Trabalhei três anos com a Xuxa fazendo o stand-by das gravações. Ela fazia programas de terça e quarta, gravava a abertura e o fim do programa e eu entrava em cena nos intervalos das gravações para segurar 300 crianças, todas sentadas.”
“Antes disso, todos os moleques não paravam quietos. Então eu meio que acalmava eles. Fiz também programas na Europa, fui vice-campeão europeu de ilusionismo em um campeonato em Barcelona. Meu nome como mágico era Mr. Fox, eu era bem reconhecido.”
“No Brasil esse mercado é complicado, porque mágico às vezes só é visto como o animador de festa. Eu morei durante muito tempo na Europa, entre 1997 e 2004, e fazia shows em teatros. Atuei na Suíça, na Áustria, na França, Inglaterra, País de Gales, Espanha e Portugal. Cheguei a ser considerado um dos oito melhores novos talentos da Europa. Fiz parte disso.”
“Mas voltei para o Brasil por saudades da terrinha e montei minha oficina. Desde então estou correndo ininterruptamente.”
Com sua equipe e oficina, Nelson vai para as corridas trabalhando em todas as áreas além, obviamente, de pilotar. Mas, para ele, todo o trabalho árduo compensa no final.
“Eu sou tudo: o pintor da moto, preparador, chefe de equipe, motorista do caminhão, carregador, montador de box e em parte patrocinador.”
“E tudo compensa. Ano passado fui bicampeão do paulista, bicampeão da Copa Pirelli e campeão brasileiro na categoria Master de 1000cc.”
Além da competição, ele citou o ambiente de amizade do SuperBike como o que mais o agrada. “Não é só a satisfação de competir. Temos a resenha, os amigos de todo Brasil que a gente faz. Isso também é muito bacana.”