Sarah Conessa começou na motovelocidade aos 13 anos. Agora com 19, a única mulher da Yamalube R3 Cup contou a trajetória no esporte, marcada por casos de preconceito, uma viagem para uma prova feminina no México em 2019, a chegada da vida adulta e a dificuldade para conciliar o dia a dia de trabalho e faculdade com o SuperBike Brasil.
Natural de Brasília, a numeral #35 admitiu que é tratada de forma distinta aos garotos na modalidade, mas que a paixão por moto a faz permanecer acelerando forte nas pistas e no maior campeonato de motovelocidade das Américas.
“Já aconteceu de um cara tentar me derrubar [em pista]. Eu sinto que eu sou tratada assim, diferente. Mas eu não gosto de ficar me vitimizando. Na verdade, eu tento não me importar muito com essas coisas. Sabe quando você não liga? Mas eu sinto que às vezes ficam ‘os pilotos e a Sarah’. Eu sou a única piloto da minha categoria, sinto que sou jogada um pouco de lado”, revelou.
“Eu já ouvi até: ‘Meu deus, você perdeu até para a Sarah’. Eu gosto de chegar lá, fazer o que me divirto e mostrar para todo mundo que isso não tem nada a ver. E quando alguém fala uma coisa dessas perto de mim, eu falo. ‘Para você ver. Mesmo eu sendo a única mulher, tendo condições desfavoráveis, ainda consigo andar com vocês, estou incomodando'”, pontuou.
A brasiliense, que faz faculdade de Biologia e tem emprego em uma empresa de pesquisa agropecuária, contou com o apoio de Alan Douglas e da AD/78 Sports para ir ao México e correr em um grid feminino.
“Fui com o apoio da AD/78, foi o Alan que conseguiu tudo para mim. Lá eles têm um esquema muito bom, que valoriza a participação feminina no esporte. Eles bancam os custos das meninas justamente para incentivar. Então foi uma experiência muito legal, as meninas são muito boas, treinam muito. Foi um prazer andar com elas.”
Sarah exalta competitividade da R3 Cup
Questionada sobre os planos para 2020, Conessa diz que ainda não há uma definição, mas aproveitou para enaltecer o nível e a competitividade da categoria monomarca da Yamaha.
“Eu amo o grid da R3. Eu prefiro andar com os melhores, mesmo não chegando no pódio. E eu tenho certeza de que é isso que acontece na R3. Os pilotos são incrivelmente bons, dedicados, a categoria é realmente profissional. É um prazer poder andar com pessoas tão boas”.
“Tem coisas pela frente, sim [para 2020]. Mas ainda é surpresa, não estão certas. Prefiro esperar para poder divulgar (risos)”, concluiu.